segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Ao mestre com carinho



De tempos em tempos, viajo para o Japão e me encontro com meu mestre de artes marcias e filosofia oriental, Toni Garrido. A gente se encontra no topo do Monte Fuji, onde compramos filme pra máquina fotográfica e conversamos sobre o nosso papel no universo. Veja como foi nosso último bate-papo:

Serginho - E aí, mestre, foi difícil chegar no topo dessa montanha?

Toni Garrido – Você não sabe o quanto eu caminhei... pra chegar até aqui...

Serginho – É deve ter sido complicado mesmo. E nessas caminhadas bate uma fome, né? Como você se vira nesses momentos?

Toni Garrido – Como um girassol, como um girassol... Amarelo, amarelo...

Serginho – Já tem o maior tempão que a gente não se vê, né, mestre?

Toni Garrido – Minha vida está congelada desde a última vez que lhe vi.

Serginho – É... aquela última vez foi engraçada, quando eu derramei suco de uva na minha camisa. Será que aquela mancha sai?

Toni Garrido – Não sai não... Não sai, não sai, não sai...

Serginho – Mestre, uma dúvida me corrói a mente: o que pode me trazer mais alegria, o sentimento ou a sacanagem?

Toni Garrido – Você sabe: o sentimento não traz! O sentimento não traz!

Serginho – Sua sabedoria me alimenta, mestre... mas vai um chocolatinho aí?

Toni Garrido – Libere suas delícias, parado não dá pra ficar.

Serginho – Falou então, mestre, tô partindo. Vai nessa também?

Toni Garrido – Eu fui, eu fui, eu fui, eu fui, eu fui, eu fui!

Nenhum comentário: